terça-feira, 3 de dezembro de 2013

O CHEIRO DE CAJU DE CAMOCIM


Fonte: camocimonline
Toda vez que adentro na cidade, principalmente nos "beerreobrós", me vem à mente a memória olfativa do cheiro de caju. Isso mesmo, a cidade pode ser percebida também pelos seus cheiros. Em Camocim, o da maresia se sobressai por sua condição litorânea, mas, difícil esquecer o cheiro agridoce de caju que impregnava a entrada da cidade, desde muito antes do Bairro da Tijuca e terminava na Fábrica de Castanha (atual Democrata).
No entanto, as constantes safras ruins do produto ocasionadas por invernos irregulares vêm diminuindo para mim a sensação olfativa de que falei antes. Além disso, creio que a economia da cidade também sofre, posto que, a castanha do caju é um de seus pilares. Não à toa, o caju (pedúnculo e castanha) está na nossa bandeira. Poderia até estar no nosso hino! Contudo, nos tempos dos festivais, numa canção intitulada “Camocim-Ceará”, cantada pelo Naldinho num ritmo “country”, escrevi: Camocim/ Claro céu cristal/ Coqueiros cacheados/ Cajueiros copados.
Pois é, os cajueiros copados de cajus, cada vez mais fica difícil de se ver, de colhê-los dos galhos fora da cerca, de brincar com castanhas. Isso mesmo, a temporada dos cajus animava muito as brincadeiras infantis, cujas castanhas era uma espécie de moeda de troca. Quase tudo era disputado com castanha, além do velho jogo de calçada onde se colocava uma castanha avantajada no pé da parede e, da beira da calçada os participantes do jogo impulsionavam outras castanhas com os dedos tentando acertar o alvo, vencendo quem derrubasse primeiro a grande castanha.

Caju e Castanha é até nome de dupla de emboladores. Contudo, a dupla imbatível de cheiros continua na minha memória - a do caju que impregnava a entrada da cidade e a da castanha assada no quintal, em cima de um pedaço de flandres, do fogo apagado com areia. E você, que memória tem desses tempos?!

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