quarta-feira, 1 de maio de 2013

O PRIMEIRO DE MAIO EM CAMOCIM - II


Há dois anos atrás publicamos um post com o mesmo título. Poderia repeti-lo, o blog é gerenciado por mim mesmo. Poderia repetir a mesma cantilena de que já fomos uma cidade interessante para o cenário político e econômico do Ceará, que a ferrovia e o porto proporcionaram uma série de categorias profissionais na cidade a ponto de termos uma União Sindical. Se hoje a CUT, a CONTAG, a FORÇA SINDICAL comemoram a data em grandes shows e distribuição de valiosos prêmios no sul e sudeste do país, por aqui se gestou um órgão colegiado que tentava resolver os problemas dos trabalhadores junto aos patrões. Poderia até fazer referências aos desfiles relembrados por João Ricardo, Seu Nilo, dentre outras lideranças, ou até do registro da compra pela  Sociedade Beneficente Ferroviária do quadro "Martíres de Chicago", peça simbólica do Massacre de Chicago em 1886 e que, afinal, serviu para a instituição da data do "Dia do Trabalho". Mas, tudo isso já foi dito e agora redito como recurso introdutório deste pequeno texto.
Orla de Camocim. Arquivo do blog.
No entanto, quero falar hoje dos rumos e descaminhos que o trabalho ou a falta dele acarreta em nossa cidade. Com grande parte da população ativa desempregada - fala-se em números alarmantes em torno de 17 a 20 mil pessoas sem um posto de trabalho, qual será o nosso futuro? O empresariado não consegue estruturar e potencializar nossas vocações e potencialidades, o turismo ainda é uma promessa no campo das políticas públicas. A indústria saladeril (exploração do  sal marinho) que já foi importante não recebe insumos e empreendimentos governamentais. A pesca não sai do lugar, apesar dos recursos empregados na construção de um Terminal Pesqueiro que não beneficiou nada no setor. A indústria naval - detectada como uma saída para adoção de investimentos, patina nas promessas políticas e na lerdeza burocrática da implantação dos grandes projetos. Nem sequer a indústria calçadista que há décadas explora a nossa mão-de-obra barata consegue ou não quer se expandir.
O que será que nos falta tomando como exemplo os casos de Sobral, Iguatu e outras cidades do porte de Camocim para a implementação de algo que desafogue essa demanda retraída nos postos de emprego?  Alguns falam em qualificação. Mas qualificar o quê e para quê? Resolvem os cursos para garçom, guia turístico e cozinheiros? É correto termos uma escola profissionalizante onde os alunos de um curso precisam fazer estágios nas suas respectivas áreas em outras cidades? Fica a reflexão para quando voltarmos para casa de alguma comemoração, manifestação ou qualquer coisa que o valha, deste feriado cada vez mais destituído de sentido.


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