quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

GEOGRAFIA BOÊMIA DE CAMOCIM - PARTE II

Continuamos com nosso passeio pelo passado boêmio da cidade, agora acrescido de algumas colaborações de nossos leitores. Charles Nunes Melo nos diz sobre o Forró da Maria Carimbó, que ficava nas proximidades da mercearia da Arlete na Rua Duque de Caxias. Próximo dali tinha também uma espécie de clube particular denominado Associação Recreativa Luís de França, "criado pelo popular estivador camocinense, Manoel Ferreira de França, que possuída a alcunha de Bandu", como nos informa José Maria Sousa Trévia em seu livro "Histórias que meu pai contava" (2011, p.107), que além dessa informação traz as datas de fundação dos clubes elitistas Camocim Club, Comercial, Balneário, em interessante crônica  intitulada "Memórias do Sport Club". 
Já evidenciamos neste blog o uso das sedes dos sindicatos em Camocim como espaços de festa. Neste sentido, a Sede dos Estivadores, dos Portuários, Salineiros e Colônia dos Pescadores,principalmente nas datas de aniversário das respectivas categorias realizam sua tradicional festa. Ainda hoje, em janeiro, é realizada a dos Portuários.
Voltando para um tempo mais recente, o Clube Boa Esperança e o Cruzeiro até outro dia tinha a direção do Dão. Os sessentões, com certeza lembrarão do Lar da Juventude, próximo à Igreja de São Pedro, sem falar do imortal Terra e Mar, (imortalizado na pena de Carlos Cardela) território da boemia e do sexo, como já ressaltamos em postagem anterior.Aliás, nessa seara, ninguém lembrou do nome oficial do Cabaré do Kátia (ainda vivo, morando em Chaval), próximo ao Campo do Maguary, onde grande parte dos adolescentes da minha época tinha ali sua primeira experiência sexual. Na década de 1980, lembro-me ainda da Toca do Galo e do Alabama (onde hoje fica a Pesqueira do Seu Bené) no Bairro dos Coqueiros, onde também podia se encontrar mulheres a vender seu corpos, carícias e sexo. Nesse tópico, um dos últimos a fechar suas portas foi o Cabaré do Toim Viado (face ao seu brutal assassinato), com o singelo nome de Dunas Bar.
No ramo de restaurantes, o Novo Acampamento, de propriedade de Agostinho Queiroz, dono também do Colégio 7 de Setembro que nos domingos se tornava o Clube do Agostinho, também marcou época na Praça da Rodoviária. Aliás, nesse espaço, impossível não lembrar da Cabana, sob a direção de Dona Maria Aurea e depois seu filho Lúcio dos Correios, que nasceu como restaurante e depois virou uma alegre pista de dança que varava as madrugadas sob o som do momento, além do indefectível bingo de "um galeto assado e quatro cervejas geladas".
Mais recentemente, quando vínhamos cansados de Sobral após uma semana de vai-e-vem das  viagens de ônibus para estudarmos lá, alguns ainda encontravam fôlego para na sexta-feira, "esfriar a cabeça", no Forró do Chico Valdevino, na Rua Raimundo Veras, ou no Clube Mangueirão, na Perimetral, próximo ao SESI.
Fachada da antiga Quadra do SESI. Toda a área hoje está loteada por uma empresa imobiliária local. Fonte: Camocim online.
Para finalizar, a nostalgia volta forte com a lembrança das grandes festas do SESI. Lá vi o Primeiro Festival de Música de Camocim, grandes bailes com a Banda Trepidant's, e shows de artistas da época. Se alguém comentar mais sobre suas lembranças, quem sabe teremos uma terceira parte deste percurso boêmio pelos antigos lugares de Camocim.

5 comentários:

  1. Caro Irmão
    Bom dia, eu me lembro que uma vez eu fui em uma festa no bairro da praia, pela 24 de maio ou a mais ou menos duas ou três esquinas (quarteirões) da Igreja São Pedro. Eu me lembro bem, porque em Belém o Clube dos Suboficias e Sargentos da Marinha têm o mesmo nome "Clube Albatroz", possívelmente seria este nome. Parabéns pela história. Abraços e lembranças para a família.

    ResponderExcluir
  2. Aí professor, a Associação Recreativa Luís de França, me recordo bem, inclusive do saudoso "Bandu" e ficava pertinho da casa dos meus pais, lá o bom era na época do carnaval, com o bloco "os marítimos", literalmente o "côro comia".
    Agora vc não citou um clube, no qual comecei a dá minhas primeiras engatinhadas, na vida noturna, que era a "cabana do meu paipai", lá no final da Rua Bandeirantes, na Boa Esperança.
    Hoje em dia, muita gente pode reclamar da vida noturna de nossa cidade, eu particularmente, não reclamo, pois as opções estão aí, desde bares, restaurantes, lanchonetes, "cabarés", motéis, ...
    Camocim cresceu muito e esse crescimento meio que desenfreado de certos locais, acabou com certos "Points", se bem que alguns não vão deixar saudades...
    Abçs!!!

    ResponderExcluir
  3. Prof. Carlos Augusto, parabéns pelo trabalho. Lembro-me, também, do Forró da Nazaré do Estarnislau na rua Humaitá próximo ao "seu Bandu" e o famoso bar localizado na praia dos Coqueiros: Gogó da Ema. Um abraço.

    ResponderExcluir
  4. Professor, bom dia. Os jovens há mais tempo deverão lembrar deste ponto de encontro daqueles que gostavam de tomar uma geladinha olhando para as verdes ondas do belíssimo mar de Camocim. Trata-se do Bar do Azulejo, que era localizado próximo ao Fortim, na nossa maravilhosa beira-mar.

    ResponderExcluir